segunda-feira, 5 de março de 2018

Ruídos em Ambiente Hospitalar


O ruído hospitalar é uma preocupação crescente para pacientes, familiares e funcionários e, por isso, muitos gestores tem procurado por instalações para reduzir o "barulho", tentando trazer o silêncio de volta ao ambiente clínico. 

Passar uma noite em um hospital pode não apenas ser estressante, mas também extremamente barulhento. Os sinais sonoros constantes como alarmes e alarmes ascendendo a uma cacofonia que reproduz qualquer coisa, exceto um ambiente relaxante e repousante. 

Existe um número limitado de estudos disponíveis sobre o ruído hospitalar e, assim, discutir as diferentes abordagens referentes as instalações de cuidados de saúde para proporcionar um repouso adequado aos pacientes em todo o país é bem importante.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Hospital Consumer Assessment of Providers and Systems (HCAHPS), o ruído é a principal queixa de pacientes, funcionários e visitantes. 
    
"Quase todas as pessoas poderá ser internado em um hospital em algum momento", disse Busch-Vishniac. 

"O ruído é um problema universal nos hospitais de todo o mundo".  

Os ruídos emanam de uma variedade de fontes próximos à cama. O fluxo de ar e as máquinas barulhentas que o controlam são mantidos em funcionamento para evitar que os agentes patogênicos permaneçam perto dos pacientes. 

Os alarmes de equipamentos são as fontes mais notáveis e, embora tenham sido projetados para alertar a equipe das mudanças na condição médica do paciente, muitos também soam quando a medicação precisa ser alterada ou quando as condições da bateria são baixas. 

"Alarmes nos hospitais estão sendo maltratados", no sentido de serem ignorados ou utilizados de forma abusiva, disse Busch-Vishniac. "Na maioria das vezes, eles não indicam situações urgentes".   Estudos anteriores mostraram que os alarmes no leito de uma paciente soam uma média de 133 vezes por dia. Com tantos alarmes, o pessoal também enfrenta fadiga de alarme.  

Assim, "a maioria dos alarmes tem sido respondida de forma eventual, mas não todos em tempo hábil", disse Busch-Vishniac.  

"A equipe também pode não responder rapidamente porque reconhece que o som não é crítico e a situação se resolverá sozinha".  Além da óbvia barreira ao repouso, altos níveis de ruído foram associados a mudanças na frequência cardíaca, respiração e pressão arterial do paciente. Essas mudanças aumentam os níveis de estresse e podem prejudicar a melhora.  

O ruído também pode comprometer a comunicação entre pacientes e funcionários.  Com os níveis de ruído em ascensão, os Centros de cuidados médicos e de preparação de medicamentos iniciaram a pesquisa HCAHPS em 2008 para avaliar a percepção do consumidor sobre os prestadores de cuidados de saúde e os sistemas. Hoje, mais de 5.500 hospitais contribuem para o relatório, que consiste em respostas dos pacientes em sete medidas compostas, incluindo questões focadas na limpeza e quietude do quarto.   

"Diante de uma possibilidade de perda de dinheiro, muitos hospitais estão procurando maneiras de lidar com os níveis de ruído de forma que os pacientes possam ver essa ação como uma melhoria", disse Busch-Vishniac.

Hospitais têm desenvolvido e implementado programas de controle de ruído que podem ser divididos em duas categorias: engenharia e intervenções administrativas.   

As intervenções de engenharia visam encontrar maneiras de silenciar a sala. As soluções podem ser tão simples como fechar a porta para a sala de um paciente ou tão complexas como a instalação de materiais de absorção acústica ao longo das paredes e do teto para amortecer o nível de ruído.  

As intervenções administrativas se concentram na mudança de comportamentos. Muitos hospitais instituíram horas tranquilas quando as portas estão fechadas e as vozes são mantidas baixas. 

Uma das mudanças apresentadas nos últimos 10 anos são os alarmes de alertar um monitor central na estação de enfermagem. Esta abordagem melhora a capacidade do pessoal para identificar e responder aos alarmes configurados em um volume reduzido. De acordo com Busch-Vishniac, pode ser possível, no futuro, remover alarmes do leito.

No Brasil a ABNT NBR 10152/2017 regulamenta o conforto acústico de vários ambientes inclusive dos hospitais.
*https://www.sciencedaily.com/releases/2017/12/171206090643.htm